Um dos membros da equipa que integra o grupo de investigação de Optometria e Ciências da Visão da Escola de Ciências da Universidade do Minho, António Filipe Macedo, recebeu o prémio «Envision-Atwell Award» do «Low Vision Research Group», da Flórida, nos EUA.
Fonte universitária revelou que o estudo premiado «deve, num futuro próximo, vir a ser utilizado na concepção de equipamentos para auxílio às pessoas com baixa visão».
O prémio distingue anualmente a excelência dos resultados da investigação em baixa visão/reabilitação visual, apresentados no congresso da «Association for Research in Vision and Ophthalmology» (ARVO).

A instituição adiantou que o trabalho científico, realizado na «University College London - Institute of Ophthalmology», no Reino Unido, com os professores Gary Rubin e Michael Crossland, «visa encontrar estratégias para melhorar a visão de pessoas cujas doenças oculares causam diminuição irreversível da visão».
O estudo do investigador português foi apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelo Centro de Física da Universidade do Minho e pela Associação de Profissionais Licenciados de Optometria.
De acordo com a universidade, «no trabalho foram utilizadas técnicas de seguimento dos olhos (eye-tracking) para compensar os movimentos oculares aleatórios e involuntários que surgem quando a retina central fica cega (escotoma central)».
«Os movimentos aleatórios dos olhos causam aumento da velocidade da imagem na retina e, por isso, o cérebro percebe uma imagem pouco definida devido à desfocagem provocada pelo movimento (motion blur)», referiu a fonte, frisando que «este efeito é equivalente ao que se observa numa fotografia tirada de um carro a grande velocidade».
A investigação «permitiu melhorar a acuidade visual e a leitura em pessoas cuja visão é principalmente feita usando o resíduo visual existente na retina periférica».
«O aproveitamento da visão residual possibilita uma melhoria substancial da qualidade de vida destas pessoas e reduz o impacto social de um problema cujo número de afectados têm vindo a aumentar, principalmente devido à degeneração macular relacionada com a idade», concluiu a fonte da Universidade do Minho.
Fonte: TVI