sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quadro Snellen "Desactualizado"?


Oftalmologista presidente da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares (SBCII) afirma que a tabela de Snellen, a qual mede a acuidade visual, desde o século XIX, está desfasada e não corresponde à rotina das pessoas no século XXI.

"Uma pessoa pode ter visão 20/20, o que significa 100%, na avaliação da acuidade visual (AV) feita no consultório, por meio de uma tabela de Snellen, e, dependendo das condições de iluminação e contraste, não poder ver uma criança a atravessar uma rua enquanto conduz. O teste de acuidade visual de Snellen já não se adapta às necessidades visuais do quotidiano.

Este teste serve apenas para medir AV nas condições de uma sala escura, com letras de alto contraste. A medida não corresponde ao dia-a-dia da maioria das pessoas". O comentário é do oftalmologista Leonardo Akaishi, ao declarar que a tabela de Snellen - aquela com as letras pretas que vão diminuindo de tamanho - , está desfasada comparativamente com os novos recursos existentes.

Atraso secular - Segundo Akaishi, frente aos avanços tecnológicos, que proporcionam melhorias à visão com conforto e segurança, não faz mais sentido limitar os diagnósticos visuais a padrões criados na primeira metade do século XIX, quando Herman Snellen apresentou a sua tabela como medida.

"A vida não é em preto e branco como a tabela de Snellen, que serviu muito enquanto não existiam outras alternativas. Hoje, existe o teste de visão por contraste que mede a qualidade da visão a partir da percepção numa escala de preto a cinza", afirma.

O teste de contraste é realizado a partir de variação da letra "E", porque necessita o dobro de frequências para que seja percebida comparativamente com a letra "L", por exemplo.

A acuidade visual, de acordo com Akaishi, é definida pela avaliação de três factores:

1) A difracção, que é relacionada ao tamanho da pupila. Quanto maior a pupila, melhor a difusão;

2) As aberrações, causadas por alterações na córnea ou no cristalino, os quais não podem ser corrigidos com óculos, quando forem de alta ordem;

3) A densidade das células fotorreceptoras presentes no fundo do olho.

Fonte: Assessoria de Comunicação do HOB